O cenário para 2026 promete ser desafiador para pequenas e médias empresas. Com juros altos, inflação resistente e um mercado de crédito mais seletivo, será necessário rigor na gestão financeira para preservar margens e competitividade.
Nesse ambiente, o uso estratégico de recebíveis e garantias deve se firmar como uma das principais saídas para destravar capital de giro, na avaliação de Renato Coelho, CEO do Go.Bank.
A antecipação de faturas, o desconto de duplicatas e a utilização de garantias reais permitem converter ativos já existentes em liquidez imediata. Ao formalizar contratos, organizar informações e manter um ciclo de cobrança eficiente, as empresas ampliam a previsibilidade do caixa e demonstram maior segurança aos financiadores.
“Essa organização permite negociar condições mais favoráveis e acessar crédito com taxas menores, sem depender exclusivamente de empréstimos tradicionais”, afirma.
A antecipação de recebíveis segue como ferramenta essencial para acelerar a entrada de recursos, viabilizando o pagamento de fornecedores, o reforço de estoques e a cobertura de despesas operacionais sem comprometer o fluxo financeiro.
Mas o ponto de virada para 2026, segundo Coelho, será a tokenização de recebíveis, que desponta como uma inovação relevante além das práticas já consolidadas. A tecnologia transforma duplicatas e faturas em tokens digitais registrados em blockchain, que podem ser negociados em plataformas seguras e transparentes.
Isso amplia o acesso a investidores, reduz custos de intermediação e aumenta a liquidez, abrindo espaço para que empresas menores antecipem valores com mais rapidez e taxas mais competitivas. Do lado dos investidores, o modelo oferece ativos diversificados, rastreáveis e com maior segurança.
Diante de um crédito cada vez mais criterioso, a combinação entre práticas tradicionais e soluções digitais tende a se tornar indispensável. Empresas que estruturarem contratos sólidos, organizarem dados e explorarem plataformas de tokenização estarão mais bem posicionadas para enfrentar os desafios do ano. Como resume Coelho, “o uso inteligente de recebíveis e garantias, aliado à inovação tecnológica, não apenas garante liquidez imediata, mas também abre novas oportunidades de crescimento e resiliência financeira”.
